Fala-se muito em «viver o momento presente», «viver o agora», mas afinal, o que é o agora? Há mais de 2600 anos, Buda Shakyamuni afirmava: «O ar expirado não espera pelo ar que será inspirado e, desta forma, a vida termina.»
Isto significa que a nossa morte pode estar à distância de uma respiração, assim como o mundo do pós-morte começa no momento em que já não formos capazes de inspirar, após a última expiração. Por isso, a nossa vida é constituída por uma sequência de momentos, em que cada movimento da respiração, exalando e inalando o ar, está a «tocar» na morte.
No dia 31 de dezembro, um segundo depois de 23h59’59” é 0h00’00”. Neste único segundo, o dia 31 transforma-se em dia 1, dezembro dá lugar a janeiro e passamos de um ano para outro. Tudo no mesmo momento, num mesmo instante.
Da mesma forma, esta vida transforma-se numa outra no intervalo de um instante. Por isso, não é exagero dizer que toda a nossa vida está contida dentro do «agora», a cada respiração.
«Viver o agora plenamente» é o que todos nós queremos, mas para isso é preciso saber viver. Mas o que é «saber viver»? Ou ainda, o que é preciso saber para «saber viver»? Talvez esta seja a pergunta mais adequada a fazer.
Para «saber viver» é preciso, antes de tudo, «saber olhar» a vida e o ser humano de maneira positiva e otimista, mas sempre de forma realista e sem distorções. «Ver corretamente» a vida e o ser humano é um conceito e uma virtude ensinada pelo Buda Shakyamuni.
A filosofia budista explica que «viver o agora plenamente» passa por «plantar as boas sementes do coração agora, quando podemos e queremos», pois não sabemos quando teremos novamente a mesma oportunidade. Desperdiçar ou não cada momento da nossa vida, depende unicamente da nossa força de vontade.