Um homem foi pedir conselho a um monge budista. “Sou nervoso de nascença”, confessou. “Dizem que ficar zangado só piora as coisas. E, realmente, depois que estouro, me sinto péssimo e lamento ter ferido os sentimentos dos outros, mas aí já é tarde demais. O que eu posso fazer para me livrar da minha raiva?”
O monge sorriu, cordialmente. “Muito bem, você sem dúvida nasceu com algo muito interessante”, disse. “Para corrigir isso, porém, é preciso fazer um exame. Essa ‘coisa’ está aí com você?”
“Bem, não”, disse o homem. “Não tenho nenhuma razão ficar zangado agora, então não posso mostrar ao senhor.”
“Que estranho”, disse o monge. “Você acabou de me dizer que nasceu com isso, então deve estar em algum lugar dentro da sua pessoa. Não tenha vergonha, vá em frente, tire e me mostre.”
“Não”, repetiu o homem, “não está aqui.”
“Então, onde está?”, retrucou o monge.
“Falando assim, eu não sei o que dizer. Neste exato momento, não está em lugar nenhum.”
“Claro que não. Ninguém nasce com raiva. A raiva não é algo que existe continuamente. Da próxima vez que começar a explodir de irritação, pergunte a si mesmo de onde vem essa onda de raiva. A resposta é que você mesmo a alimenta. Dizer que nasceu com ela, como se não fosse culpa sua, é fugir da responsabilidade.”
(Conto do livro “Um caminho de flores, de Kentestu Takamori)
Paciência é suportar o insuportável. Ela não acontece naturalmente e sem esforço. Tem de ser cultivada dia a dia, em cada momento. É tudo uma questão de força de vontade, atitude e ação.
Melhor que explodir é expressar gratidão.
Cada um se considera o mais esforçado. Quem assim pensa enfurece-se, incapaz de ver a realidade e de refletir: “eu também cometo erros e falhas e, por isso, preciso reconhecer o esforço e a ajuda que recebo das pessoas ”.
Se pensarmos desta forma, sentiremos gratidão e seremos capazes de dizer com toda a sinceridade, humildade e simplicidade: “OBRIGADO”.
Vamos praticar!
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