O pai reuniu os três filhos no leito de morte, pois queria transmitir-lhes seu último desejo. Tratava-se de um general do período das guerras civis, um herói de inúmeras batalhas. Preocupava-se com o destino dos filhos quando partisse.
Entregou a cada um deles uma flecha.
— Tentem quebrá-las.
Não foi preciso muita força para parti-las. Então, o pai distribuiu três flechas para cada filho.
— Agora, tentem quebrá-las juntas.
Não importava quanta força investissem, elas sequer lascavam.
— Uma frágil flecha, quando agrupada com outras, se fortalece. Irmãos são como flechas: unam forças, e elas se multiplicarão. Dispersem-se, e serão facilmente derrotados. Sempre valorizem a harmonia — aconselhou o pai.
(História do livro “A bagagem dos viajantes”, de Koichi kimura)
O general em questão é Môri Motonari (1497-1571), que governou a região central do Japão no século XVI. “A lição das três flechas” é um episódio famoso em sua vida.
Manter a união traz uma força considerável, seja na vida pessoal ou profissional. Porém, trata-se de um grande desafio.
Motonari afirmava: “Onde há ganância, há conflitos”. Ganância é o egoísmo desmedido, um sentimento que destrói a harmonia.
Na Constituição Japonesa consta que “Manter a harmonia é um bem precioso”. Há mais de 1400 anos, na primeira Constituição Japonesa, foi especificada a importância do esforço em preservar a convivência pacífica entre os indivíduos.
A colaboração resulta em harmonia e a harmonia, em sucesso. A harmonia não existe no início; as pessoas estão dispersas. Sem o esforço contínuo e árduo de cada indivíduo em considerar e pensar nas pessoas, é impossível construir a união e harmonia de um grupo e da sociedade.
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