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O prazer de satisfazer um desejo é, sem dúvida, uma felicidade. Os desejos humanos assumem uma variedade infinita de formas: o desejo de comer bem, de se vestir de acordo com o que está na moda, o desejo de um carro ou de um amor. Quando um desejo é satisfeito, a insatisfação e a dor desaparecem, e achamos gratificante a sensação agradável que se tem no processo.

Por exemplo, quando está com sede e toma um refrigerante, experimenta de imediato «a pausa que refresca». Essa explosão inicial de prazer é efémera, porém, ao beber um gole e depois outro, a sede é gradualmente aliviada, e o prazer declina na mesma proporção.

O que está a experimentar de facto é o processo de diminuir a sede. Na ausência total de sede, beber um refrigerante transformar-se-ia numa experiência dolorosa. Exatamente como coçar um determinado ponto do corpo: se exagerarmos, paramos de sentir prazer e começamos a sentir dor.

No livro “Porque Vivemos”, do Prof. Kentetsu Takamori, este fenómeno é explicado como «lei da utilidade marginal decrescente», e pode ser observado em todo o tipo de situação.

A excitação inicial de um encontro, bem como a de um novo hobby, esgota-se inevitavelmente com a repetição. A sensação agradável obtida com a gratificação de um desejo pode chegar a ser euforia intensa, mas está condenada a desaparecer.

Por isso se costuma dizer que a dor em fase inicial é prazer, e o prazer que envelhece é dor. Isso significa que sentimos felicidade somente enquanto dura o processo de diminuir a insatisfação (ou sofrimento).

No momento em que a insatisfação deixa de existir por completo, atingimos o ápice da felicidade. Se este momento pudesse durar para sempre, a felicidade seria eterna. Mas infelizmente não é assim. E sabemos muito bem disso. É muito comum viver esta experiência quando um fim de semana incrível termina e precisamos retornar à nossa rotina na segunda-feira, por exemplo.

Viver o momento presente é bom, importante e traz felicidade, mas infelizmente tudo isso é efémero. Por isso, não é suficiente para satisfazer o ser humano na totalidade.

Somente com uma felicidade plena, que independe do prazer e satisfação dos desejos, pode proporcionar a autêntica alegria de ter nascido como ser humano e uma felicidade sem fim.

Leia mais sobre este e outros temas da vida e do ser humano ensinados pela filosofia budista no livro “Porque Vivemos” e no site da ITIMAN.

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Professor de filosofia budista, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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