Muitas pessoas à nossa volta contribuíram e contribuem para sermos o que somos hoje. Por exemplo, sem os médicos, talvez hoje não estivéssemos saudáveis. Ao longo de vários anos tivemos e temos o apoio da nossa família e a orientação dos professores. Sem falar nos amigos e nas pessoas que nos ajudaram na nossa jornada até agora.
O que nos impede de sentir gratidão pelas coisas e pessoas é o sentimento de que tudo é óbvio e natural. É natural que os pais cuidem, sustentem e eduquem os filhos. Os pais têm o dever moral e legal de criar os filhos. Isso é um senso comum garantido até mesmo pela legislação dos países e pela UNICEF, a partir dos direitos das crianças e adolescentes.
Contudo, do ponto de vista do filho, não é óbvio receber tudo dos pais e poder ter uma vida sem privações. Por essa razão, os filhos devem reconhecer os cuidados e favores recebidos até hoje, sentir gratidão em relação aos pais e esforçar-se para retribuir essa gratidão.
A pessoa que não sente gratidão não é capaz de reconhecer os favores recebidos e, por isso, não irá agradecê-los. Por consequência, poderá ser vista como alguém arrogante e ingrata. Além disso, por não reconhecer a ajuda alheia, internamente estará sempre com a mente cheia de insatis- fações, queixas, rancor e ódio.
Como será possível uma pessoa com esses sentimentos venenosos sentir-se feliz?
Uma pessoa que vive sem gratidão planta diariamente más sementes de ódio, rancor e lamentações. Como con- sequência só poderá colher infelicidade, caindo, pelas pró- prias ações, num ciclo vicioso de sofrimento.
Ao invés disso, porque não direcionar a nossa energia para ressaltar os pontos positivos das pessoas, reconhecer os favores recebidos, esforçar-se todos os dias para sentir e retribuir a gratidão?
Se é possível ou não viver assim, só saberemos se nos esforçarmos para colocar em prática.
Quem reconhece a gratidão é feliz. Quem sente gratidão é mais feliz. Quem retribui a gratidão é a pessoa mais feliz deste mundo.
Leia mais no livro CAUSA E CONSEQUÊNCIA – Filosofia Budista para o dia a dia, de Mauro M. Nakamura e publicado em Portugal pela Farol, chancela da Penguin Random House.
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