Uma pessoa que sofreu queimaduras terríveis nunca dirá: «Creio que o fogo é quente.» Ela sabe perfeitamente e não tem nenhuma dúvida sobre isso. Esta certeza não surge do esforço para acreditar e não duvidar.
A questão da felicidade humana não está ligada ao ato de «acreditar profundamente e não duvidar». A pessoa que conquista a felicidade plena nesta vida não tem nenhuma necessidade de acreditar, pois ela sabe claramente e tem a certeza disso.
No livro “Porque Vivemos”, o Prof. Kentetsu Takamori explica de forma profunda sobre esta diferença entre «acreditar» e «saber» (ter a certeza), relacionada à nossa felicidade.
«O quê? Está a dizer que a vida tem um propósito? Que existe conclusão?» A maioria das pessoas surpreende-se ao descobrir que a vida tem um propósito e que este pode ser concluído, nesta vida. Essa surpresa é natural porque o senso comum diz-nos exatamente o contrário.
De facto, qualquer busca — seja por aprendizado, seja na arte, nas ciências, na medicina, nos desportos, na gastronomia, entre outras áreas — segue um caminho sem fim, sem possibilidade de conclusão ou completude final, qualquer que seja a altura a que se possa chegar. Todas as nossas «buscas» continuam a vida inteira, incessantemente.
A maior parte das pessoas contenta-se com isso, argumentando: «Pensar que se chegou à completude pode ser danoso porque marcaria um fim para o progresso. O caminho sem fim é o melhor para ser trilhado».
Vamos examinar essa proposição. Dizer que «o caminho sem fim é o melhor a ser trilhado» é glorificar a busca de uma vida inteira por algo que não é realizável. A ideia é absurda: cada busca é empreendida com a suposição de que o seu objeto pode ser encontrado. Uma pessoa que dedica toda a sua vida à busca de algo que sabe ser inatingível é como alguém que compra bilhetes de lotaria sabendo que são do ano anterior.
Alguns insistirão que a busca sem fim lhes convém porque o que é maravilhoso é o processo de melhorar e progredir durante a vida inteira. Entretanto, essa satisfação é temporária e momentânea. É diferente, na sua natureza, da felicidade plena e duradoura que nos faz sentir «a genuína alegria da vida de ter nascido ser humano e poder estar vivo neste momento».
Os que enaltecem a busca contínua e incessante ainda não conhecem a alegria e felicidade plena da certeza de ter realizado e concluído o propósito da vida.
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