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Do ponto de vista da essência, valor e natureza do ser humano, não há diferença entre brancos, negros, pardos, amarelos ou indígenas, entre um ministro, um cidadão comum e um mendigo. Em qualquer lugar do mundo, somos todos iguais: somos seres humanos.

Por outro lado, a desigualdade entre os seres humanos é uma realidade histórica e inegável. Ao longo da vida, conhecemos e encontramos com pessoas que nasceram numa família abastada, outros em famílias muito humildes, desprovidas até mesmo de uma alimentação minimamente digna. 

Há distinções das mais diversas: pessoas sadias, pessoas doentes, pessoas inteligentes, pessoas tolas, aqueles que puderam estudar e são professores e diretores de escola, outros que não tiveram a mesma oportunidade e administram seus próprios negócios, aqueles que mudam constantemente de emprego ou profissão, outros que trabalharam a vida inteira numa mesma empresa e profissão, pessoas que se casaram e tiveram filhos e outros que optaram por um caminho diferente. Neste mundo, não há pessoas iguais, com vidas idênticas. 

As diferenças existentes desde o nosso nascimento, como a capacidade física e intelectual, o formato do rosto, a cor dos olhos e dos cabelos, a condição socioeconómica e a trajetória de vida de cada um são evidentes e nos levam a questionamentos inevitáveis: Por que eu nasci desta maneira? Por que a minha vida é assim? Afinal, como o nosso destino é definido? 

Um episódio histórico pode nos ajudar a compreender a relação de causa e consequência da nossa vida.

O chinês Gankai, discípulo de pensador e filósofo Confúcio (552 a.c – 489 a.c), foi uma pessoa de enorme virtude, bondade e exemplo de honestidade, mas viveu a vida inteira na extrema miséria e morreu bastante jovem. 

Ao contrário, Toseki, um famoso ladrão da mesma época de Gankai, viveu sempre no mais alto luxo, prosperidade e bonança, apesar de ter praticado as piores más ações, imagináveis e inimagináveis.

Ao comparar e refletir sobre a vida dos dois, Confúcio deu um suspiro e exclamou: “Oh! O que é o correto e o que é o errado?” 

Provavelmente, Confúcio não foi, não é e não será o único a se questionar desta maneira. Quantas vezes já nos perguntamos desta forma, por não compreender as razões ou causas que geraram as várias consequências na nossa vida?

Casos semelhantes acontecem aos montes ao nosso redor e, por isso, surgem pessoas que pensam que não vale a pena ser honesto e agir corretamente. Outros, rendem-se à resignação e ao conformismo, e simplesmente dizem que “não há o que fazer e que precisamos aceitar os factos da vida”.


Quando temos um sofrimento ou infelicidade da vida, é muito fácil nos revoltarmos contra terceiros, com acusações do tipo “ele é o responsável” ou “a culpa é do governo ou da sociedade”. Mas será que isto está de acordo com a realidade?

A filosofia budista explica, a partir do Princípio da Causalidade, que as consequências surgem na nossa vida de acordo com as ações que praticamos: “Boas ações resultam em boas consequências. Más ações geram más consequências. Minhas ações produzem as consequências na minha vida”.

Para compreender corretamente a relação de causa e consequência dos acontecimentos da nossa vida, principalmente quando enfrentamos uma dificuldade, é necessário entender o princípio de causa e efeito com maior profundidade. Isso significa ouvir a explicação e assimilar assuntos como carma, força cármica indestrutível, energia cármica e mundo cármico, relação de causa, condição e consequência, os três mundos temporais (passado, presente e futuro) e suas relações.

Estes e outros tópicos importantes para a compreensão da relação de causa e consequência da nossa vida são discutidos e explicados no Curso Introdutório online PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE – base da filosofia budista e de uma vida feliz.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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