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Na filosofia budista, as pessoas são avaliadas de três maneiras: pela mente, pela boca e pelo corpo. Destas, a mente é a mais importante. 

Se alguém diz: “Sua gravata está torta”, a endireitamos e agradecemos. Entrentanto, se ouvimos alguém dizer “Seu caráter ou pensamento está torto (incorreto)”, ficamos ofendidos.
Machuca porque insulta o mais íntimo do nosso ser.

Pode-se ver um padrão semelhante nos tribunais, que distinguem um assassinato premeditado de um homicídio involuntário. Por que os pensamentos da mente (ações mentais), que são invisíveis e inaudíveis, recebem ênfase maior do que as ações físicas e verbais, que podemos ver e ouvir? 

A resposta é simples: os atos da fala e do corpo são controlados pelos pensamentos da mente. Se a mente é a fogueira, os atos e as palavras são faíscas ou emanações lançadas por ela.

No preâmbulo da Constituição da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) declara-se que, “uma vez que as guerras se iniciam na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser construídas as defesas da paz”. A declaração admite que a atrocidade da guerra tem raiz na mente humana.

Por isso, o Budismo sempre prioriza e olha com maior peso o funcionamento da nossa mente ou do nosso coração, assim como os bombeiros focam a origem de um incêndio.

Dois monges zen viajavam em peregrinação quando chegaram a um pequeno ribeirão que estava bastante cheio em virtude de uma chuva de vários dias. 

Uma linda mulher estava parada hesitante à beira da água, sem conseguir atravessar. “Venha, deixe que eu a ajudo”, ofereceu-se um dos monges. Carregou-a sem esforço e a levou até a outra margem. Vermelha de vergonha, ela murmurou um agradecimento e seguiu seu caminho. 

O outro monge ficou escandalizado por seu companheiro ter abraçado uma mulher (sua seita zen proibia terminantemente qualquer contato com o sexo oposto) e manteve silêncio absoluto durante o resto da viagem.

Quando chegou a noite, o monge que tinha carregado a mulher sugeriu que parassem em algum lugar para descansar. O outro respondeu friamente que não tinha a intenção de se alojar em nenhum lugar com um monge depravado. 

O primeiro monge exclamou: “O quê? Você ainda está carregando aquela mulher?” e caiu na risada. Alertado pela natureza depravada dos próprios pensamentos, seu companheiro não pôde responder nada.

O mais importante é o que está no coração ou na mente. É onde se deve colocar ênfase. 

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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