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YouTube_Alguma vez já deu banho aos seus pais

Esta foi a pergunta feita por um diretor de uma empresa em Tóquio, no Japão, ao jovem candidato à vaga de emprego. Isto aconteceu há cerca de trinta anos. 

«Não, nunca…», respondeu o jovem. «Então faça-o e volte amanhã no mesmo horário», disse o diretor. «Sim, senhor», respondeu o rapaz. 

O pai do jovem falecera quando este ainda era pequeno e, trabalhando de sol a sol, a sua mãe conseguiu sustentá-lo até à sua formatura na faculdade. Quando ela voltar do trabalho, vou oferecer-me para lhe lavar os pés, ponderou e encheu a bacia com água. 

— Ainda sou capaz de me limpar, ora! — disse a mãe quando chegou. Porém, ao escutar as razões do filho, acabou por concordar e sentou-se na cadeira. 

— Coloque-os aqui — pediu o rapaz e, com a mão esquerda, pegou num dos pés da mãe. Porém, a direita, encarregada de esfregar, permaneceu imóvel. 

Então, o jovem agarrou os pés da mãe e lamentou-se. 

— Estão tão rijos, mãe… parecem de madeira. Quando estudava na faculdade, nunca valorizei o dinheiro que a mãe me mandava. Para mim, era uma coisa natural, como se fosse uma obrigação dos pais, algo óbvio. Não sabia que era fruto de tanto sacrifício — desabafou, em lágrimas. 

No dia seguinte, o jovem disse ao diretor: 

— Graças ao processo seletivo desta empresa, descobri o quão imensa é a dívida de gratidão que temos com os nossos pais. Isso não se aprende em nenhuma escola. Muito obrigado! 

É necessário ter consciência da enorme dívida de gratidão com os nossos pais. Se não fosse o pai, não nasceríamos; se não fosse a mãe, quem nos criaria? Entre os sentimentos humanos, não há o que se compare ao amor maternal. 

Contraímos esta dívida de gratidão antes mesmo de nascer. Após conceber, a mulher enfrenta nove meses de desconforto físico, esteja deitada, sentada ou em pé. O seu único desejo é que o filho nasça saudável. 

No Sutra da Gratidão Infinita aos Pais, Buda Shakyamuni explica que a gratidão aos pais é infinita como os céus. Nós crescemos e estamos vivos graças ao total empenho dos nossos pais. Por isso, devemos esforçar-nos ao máximo para retribuir, todos os dias da nossa vida. 

Feliz é a pessoa que consegue reconhecer, sentir e retribuir a gratidão pelos favores recebidos, especialmente dos pais. 

Leia mais sobre este assunto e outros temas da filosofia budista, que explicam a vida e o ser humano, no livro CAUSA E CONSEQUÊNCIA – Filosofia budista para o dia a dia e no blog da ITIMAN.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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