Há muito tempo, um homem que vivia numa aldeia na montanha e, outro, que morava numa aldeia de pescadores, passaram uma noite na mesma hospedaria da capital. Em determinado momento, começaram a discutir. “Agora, ouça o que eu digo”, falou o primeiro. “Estou dizendo que o sol nasce e se põe nas montanhas”.
“Não seja parvo”, replicou o segundo, sem ceder em nada. “O sol nasce e se põe no mar. Eu tenho certeza. Vejo isso acontecer todo dia”. O proprietário da hospedaria aproximou-se e riu dos dois: “Vocês estão errados. O sol nasce e se põe entre os telhados!”.
Cada um de nós percebe as coisas de maneira diferente, de acordo com a nossa situação, com o mundo no qual vivemos. Para um indivíduo rico, o tiquetaque do relógio pode parecer um lembrete para investir seu dinheiro e lucrar, enquanto para alguém que está devendo, pode servir como alerta de que o prazo para quitar a dívida está se esgotando.
Sem dúvida, o mundo é desigual. Existem pessoas inteligentes ou tolas, boas ou más, altas ou baixas, não há seres humanos iguais. Somos infinitamente variados também com relação à educação, talentos, habilidades e pensamento.
Da mesma forma, nosso conceito de felicidade varia conforme a experiência e as circunstâncias de cada um; é possível afirmar que a diversidade é o que caracteriza a humanidade.
Mesmo num mundo de diferenças, o desejo comum a qualquer pessoa é a felicidade plena e duradoura. A filosofia budista explica que a igualdade tão almejada por todos está justamente na conquista desta felicidade, da mesma forma que as diversas águas dos inúmeros rios do planeta, ao desaguarem no oceano, terão um único e igual sabor salgado. Podem ser talentosos ou não, saudáveis ou deficientes, ricos ou pobres, de qualquer etnia ou ocupação profissional – isso não faz diferença. Todos podem partilhar igualmente o mesmo mundo de alegria.
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