No âmbito da 4ª edição da Feira da Diversidade, foi realizado, no dia 28 de Novembro de 2020, o Curso Online da ITIMAN – Associação Editorial Luso-japonesa de Desenvolvimento Humano, com o tema “Diversidade e Igualdade”, ministrado pelo Professor Mauro M. Nakamura.
Agradecemos a CAMPINTEGRA – Associação para o Desenvolvimento Social e Ambiental, idealizadora e promotora da Feira da Diversidade, pela parceria e oportunidade de partilhar conhecimentos sobre dois temas atuais e relevantes ao nosso desenvolvimento como seres humanos.
Vânia Cabaço, uma das participantes do curso, expressa da seguinte forma o conteúdo explicado e suas conclusões.
“Frequento as aulas e os cursos da ITIMAN há cerca de dois anos e este curso possibilitou-me compreender de uma forma mais clara e profunda os conceitos de Igualdade e Diversidade, e de adquirir uma nova visão acerca dos mesmos.
Ao termos em consideração que a Igualdade assenta no princípio de que todas as pessoas são iguais e possuem os mesmos direitos e deveres perante a lei, e que a Diversidade consiste no facto de que as coisas e as pessoas são diferentes, como podemos então procurar a igualdade? – Esta foi uma das questões apresentadas no decorrer do curso e que levou à reflexão: é muito comum falarmos de igualdade de género e de igualdade nas condições sociais, no entanto, enquanto humanidade nunca conhecemos a igualdade, de facto.
Através das explicações que foram sendo dadas pelo professor Mauro, pude perceber que para chegarmos à igualdade, precisamos de entender primeiro a diversidade. A natureza é a própria diversidade, então, é somente reconhecendo essa diversidade que será possível chegarmos, efetivamente, à igualdade.
Desde muito cedo somos levados a considerar que a igualdade é o mais justo e o melhor para todos, contudo, pode não ser: uma criança que é mais desenvolvida fisicamente que os colegas da mesma idade, com certeza, irá ter mais apetite, logo, se comer a mesma quantidade que os colegas, poderá estar a prejudicar o seu crescimento. Com este exemplo percebemos que o que é bom para uma pessoa, pode não ser para outra. Para ser igual é necessário ser diferente. Primeiro é necessário perceber que as pessoas e as situações são diferentes, para depois podermos chegar à igualdade. E, para isso, é necessário termos em mente uma igualdade verdadeira e inteligente, e não uma igualdade cega, que simplesmente diz que as coisas têm de ser iguais para todos, uma vez que a igualdade cega vai contra a natureza humana.
A filosofia budista considera que somos feitos de sentimentos como desejo, ira e ciúme. E sendo feitos de desejo, este não é sempre igual para todos, cada pessoa tem um desejo particular e, por isso, os desejos que vão fazer cada pessoa feliz, vão ser diferentes. Porém, e embora as condições sejam diferentes para cada um de nós, o budismo ensina que é possível chegar a uma felicidade que é igual para todos.
Buda Shakyamuni transmitiu que para chegarmos à igualdade, temos de chegar a uma felicidade verdadeira, a qual não tem a ver com satisfazer o desejo ou com eliminar a ira, embora seja importante saber lidar com essas emoções. A felicidade verdadeira passa por um caminho que podemos percorrer, e esse caminho é feito através da diversidade. Isto quer dizer que independentemente das condições em que que cada um de nós se encontra, e independentemente das características que temos, a igualdade pode ser conseguida a partir dessa felicidade, é uma felicidade que é possível para todas as pessoas. Esse é o caminho para a verdadeira igualdade.”
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