Foi realizado um inquérito com estudantes de uma grande universidade, em que a pergunta principal era: “Qual é o propósito da vida?”. Indagados sobre esta questão, muitos não souberam responder. As respostas mais frequentes foram:
-“Nunca pensei nisso antes”
-“Depende de pessoa para pessoa”
-“Isso não é relevante. O importante é viver um dia de cada vez, cada momento”.
Aqueles que conseguiram dizer algo a respeito, responderam baseados na experiência pessoal, ou seja, deram respostas muito particulares que variavam de pessoa para pessoa. Entretanto, existia um ponto em comum nas respostas dadas: o desejo de conseguir a felicidade. “Se não conseguirmos ser felizes, de nada adiantará todo o nosso esforço nesta vida”, disse um dos estudantes. Com certeza não há ninguém que discorde desta afirmação.
Todas as nossas ações, em essência, voltam-se para a conquista dessa felicidade. Tendo isso em mente, as pessoas esforçam-se de várias maneiras para alcançar a felicidade.
Podemos distinguir três opções mais comuns adotadas para a realização deste objetivo:
– Dinheiro e bens materiais
– Realização pessoal
– A Filosofia ou filosofias de vida, terapias e métodos de tratamentos orientais
Boa parte das pessoas buscam a felicidade através do dinheiro, acreditando estar nele a solução de todos os problemas. Isto é, a satisfação de todos os seus desejos como saúde, boas condições de vida, uma boa casa para morar e uma família harmoniosa.
Distanciando-se dessa opção, por acreditarem ser uma visão demasiadamente materialista da vida, outras pessoas buscam a felicidade através da realização pessoal, convencidas de que apenas o dinheiro não é suficiente para satisfazê-las. Desse modo, julgam ser primordial “fazer aquilo que se realmente gosta” ou “trabalhar naquilo que proporciona prazer e possa ajudar as demais pessoas”.
Nessas duas primeiras opções, o fator preponderante é o trabalho, pois sem trabalhar, as pessoas não conseguem o tão desejado e necessário dinheiro. Ao mesmo tempo, a realização pessoal, na maioria das vezes, está intimamente relacionada à realização profissional ou de algum tipo de trabalho, mesmo que voluntário.
Se perguntarmos às pessoas por que elas trabalham, de modo geral, responderão que o fazem, entre outras coisas, principalmente para ganhar dinheiro. Mas ganhar dinheiro para que? Para satisfazer as três necessidades básicas do ser humano: alimentação, vestuário e moradia. Afinal de contas, se não comermos não conseguiremos viver. Mas por que precisamos viver?
Esta é uma pergunta que nós temos uma enorme dificuldade para responder. Podemos desdobrar esta grande questão em outras duas:
– Por que nascemos?
– Por mais que a vida seja sofrida, por que temos de continuar vivendo?
Há, ainda, pessoas que procuram um outro caminho: a Filosofia ou filosofias de vida, terapias e métodos de tratamentos orientais.
Praticamente desde o começo da civilização, os filósofos vêm pensando e discutindo um problema essencial para a felicidade humana: “descobrir quem somos e por que vivemos”.
Porém, mesmo depois de tanto tempo, a Filosofia ocidental ainda não fornece uma resposta clara e profunda sobre o propósito da vida. Todos os grandes filósofos da História da humanidade como Sócrates, Platão, Pascal, Kierkegaard, Nietzche e Heidegger dedicaram suas vidas à procura dessa resposta. Mas nenhum deles chegou a uma conclusão definitiva. O mesmo podemos dizer quanto às várias filosofias de vida, terapias e métodos de tratamentos orientais, que surgiram, principalmente, ao longo do século passado. Qual delas explica de forma explícita e compreensível o propósito da vida humana?
Dessa maneira, a Filosofia e as inúmeras filosofias de vida, terapias e métodos de tratamentos também não conseguem dar uma resposta categórica e definitiva para a questão “por que vivemos?”.
Sem encontrar uma resposta satisfatória, a maior parte das pessoas foge dessa reflexão e volta-se ao trabalho e às atividades cotidianas e ficam presas ao ciclo vicioso da vida cotidiana, sem saber por que trabalham, ganham dinheiro, satisfazem as três necessidades básicas (alimentação, vestuário, moradia) e continuam a viver.
E para continuarem vivendo, as pessoas apegam-se às felicidades que se apoiam no dinheiro, nos bens, na família, na saúde e nos amigos, entre outras coisas. Embora possam durar por algum tempo, essas felicidades não permanecem para sempre, pois dependem de algo para existirem, ou seja, as pessoas sentem-se felizes enquanto seus desejos são satisfeitos. Mas quando algum desses desejos não é satisfeito, essa felicidade se desfaz. Por isso, esse tipo de felicidade não continua para sempre, pois depende de coisas inconstantes.
Essas felicidades efémeras, ao mesmo tempo em que proporcionam um sentimento de bem-estar momentâneo, estão constantemente causando sofrimento ao ser humano devido a dois motivos:
– Nosso desejo ilimitado gera INSATISFAÇÃO
– A felicidade temporária gera INSEGURANÇA
Fazendo uma analogia, “viver” pode ser comparado a “voar de avião”. A descolagem de um aeroporto significa o nosso nascimento em algum lugar (no caso, nossa terra natal). Enquanto estamos vivendo, estamos “voando”. Dentro do avião podemos viajar na classe econômica ou executiva, optar entre vários tipos de comida, dormir, ler um livro, conversar, ouvir música, assistir um filme, etc. Essas opções variam de pessoa para pessoa, ou seja, dos desejos de cada um. E assim, podemos viajar tranquilamente, desfrutando do bom e do melhor.
As escolhas correspondem ao “modo de viver” das pessoas, isto é, aos “meios e motivações de vida”, que proporcionam felicidades momentâneas, conforto e bem-estar. Apesar de serem importantes, os “meios de vida” não são suficientes para nos conduzir a uma felicidade verdadeira e plena, pois mesmo tendo uma vida digna e alegre, possuindo dinheiro, saúde, casa, amigos e família, todas as pessoas terão que se defrontar com a morte algum dia. Isso significa que tudo o que a pessoa adquiriu ao longo de sua vida e que sustenta suas felicidades atuais irá desaparecer algum dia.
Acreditamos que a felicidade atual permanecerá para sempre. Mas infelizmente, isto não está de acordo com a realidade. Pensando no exemplo do avião, nossa situação ao viver uma felicidade é similar ao comportamento de um passageiro que mesmo não sabendo do destino do avião para um pouso tranquilo e seguro, continua a se divertir com o filme do ecrã individual da primeira classe e a se deliciar com as refeições e petiscos do serviço de bordo. Ao permanecer assim, fatalmente o combustível do avião irá se esgotar e então, só restará a queda.
Da mesma forma, as pessoas que vivem somente o ciclo vicioso da vida cotidiana, isto é, voltados apenas aos meios e motivações de vida, estão, na realidade, somente caminhando para a morte, sem saber o propósito de viver.
Por isso, é necessário obter uma felicidade que proporcione satisfação e segurança plenas e duradouras, ao mesmo tempo em que procuramos satisfazer os meios e motivações de vida, que também são importantes, uma vez que sem eles não conseguimos viver.
Há 2600 anos, Shakyamuni, o buda, esclareceu o caminho até a felicidade plena e duradoura nesta vida, e explicou que isso passa pela descoberta do nosso verdadeiro eu, ou seja, da natureza do ser humano.
Para saber mais sobre este assunto essencial para o nosso desenvolvimento como seres humanos leia o livro Porque vivemos (1ª edição – Nascente Editora / 2ª edição – Farol Editora) e acompanhe os artigos do blog e cursos online da ITIMAN.
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