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Há uma sábia frase budista que diz: “Muito mais do que nos orgulharmos por não cometer erros, devemos ter humildade, honestidade e sabedoria para os corrigir imediatamente.”

Em determinada ocasião, alguém escrevera, em letras garrafais, num cartaz que afixara na rua principal do feudo: «Eu acuso Hori Hidemasa de ser um mau governante e denuncio trinta pontos controversos da sua gestão.» 

Neste sentido, como devemos agir quando recebemos críticas? 

Ao receber críticas, podemos ficar ofendidos ou considerá-las uma oportunidade para o aprimoramento pessoal. Dependendo da nossa escolha, o futuro pode mudar, e muito. 

Um facto histórico do Japão, no século XVI, fornece um belo exemplo de paciência e aprendizagem. Muitas das críticas que recebemos são infundadas, é verdade. Mas outras realmente expõem as nossas deficiências e os nossos erros. 

Hori Hidemasa (1553–1590) foi um samurai assistente de Oda Nobunaga, governante japonês no período das grandes navegações e dos descobrimentos portugueses. Embora fosse muito experiente, as responsabilidades decorrentes da função colocavam-no à prova. 

Espantados, os vassalos retiraram imediatamente o cartaz e levaram-no ao seu senhor. «Pedimos que o criminoso seja identificado e que a punição seja severa!», exclamaram, com indignação. 

Hidemasa leu o cartaz em silêncio. Quando, por fim, se pronunciou, disse: 

«Todas as críticas são bem-vindas. Desde que sou governante que ninguém aponta os meus erros. Esta lista é um verdadeiro tesouro!» 

Reverenciou o cartaz por três vezes e guardou-o numa caixa, com muito zelo. 

Em seguida, reuniu os seus vassa- los e analisou os trinta pontos controversos, discutindo-os à exaustão. Por que fora criticado daquela maneira? Qual era a situação real da sua administração? Que melhorias seriam bem recebidas? 

As queixas equivocadas foram, com o tempo, devidamente esclarecidas, e as fundamentadas, resolvidas. Os cidadãos passaram a admirar Hidemasa, apelidando-o de «o governante sábio». 

Educar um filho, gerir uma empresa ou instituição, governar um país é, fundamentalmente, dar bons exemplos por meio da própria conduta. 

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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