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Encontrar uma pessoa especial, que nos compreenda e que seja nossa companheira na caminhada ao longo da vida é um desejo comum a todos os seres humanos. Estar ao lado da pessoa amada é, com certeza, uma grande felicidade. No entanto, por mais que se goste e haja amor sincero e completo numa relação, nem sempre há um perfeito entendimento entre as pessoas.

A filosofia budista ensina que esta “barreira intransponível” da completa e perfeita compreensão mútua é natural e, principalmente, humana.

No íntimo, lá no fundo da nossa alma, todo e qualquer ser humano é solitário. Mas essa solidão não é física, pois temos família e amigos. Essa solidão, que nos acompanha desde o nascimento até o último momento da vida, é a de não ter nenhuma pessoa que realmente nos compreenda totalmente, até nos mínimos e menores pensamentos.

Mesmo considerando que os nossos pais, irmãos, namorados, namoradas, marido ou esposa sejam nossos fiéis confidentes, será que somos realmente capazes de dizer tudo o que pensamos e sentimos?

Por esta razão, há mais de 2600 anos, o buda Shakyamuni ensinou que “nascemos, estamos vivendo e partiremos deste mundo solitariamente”, pois cada pessoa vive no seu próprio mundo particular, que nós mesmos criamos, a partir das nossas próprias ações, que praticamos com o corpo, com a boca e, principalmente, com a mente.

O Budismo, a partir do Princípio da Causalidade, ensina que as ações possuem a força para gerar o nosso destino. Essa força é chamada de carma ou força cármica.

Todas as ações que praticamos com o corpo, a boca e a mente transformam-se em força cármica, que constroem o mundo no qual vivemos. Como as ações praticadas são diferentes para cada pessoa, o mundo no qual cada um vive também será diferente.

Obviamente, há muitos pontos em comum entre os mundos nos quais as pessoas vivem, o que faz com que exista empatia entre elas e, consequentemente, faça nascer uma amizade ou um relacionamento mais próximo, como os casais.

Mas, por mais próxima e sincera que seja este relacionamento, ainda assim existirá um “mundo mutuamente desconhecido ou incompreensível”. Por ser assim, fazemos uma viagem solitária pela vida, do ponto de vista íntimo, do nosso eu interior.

Com muita sensibilidade humana e uma dose de realismo e, ao mesmo tempo, romantismo, a banda Skank compôs a música “Algo parecido”, que diz:

A gente é diferente quando sente
Mas pode ser que mesmo assim
A gente até se ajeite

Sim! Isso é o que todo ser humano procura e deseja. Pois acreditamos que assim seremos felizes.

Mesmo que cada pessoa viva em seu mundo particular, há uma solução para esta solidão humana. Quando esta solidão for eliminada, obteremos a tão desejada felicidade duradoura nesta vida.

A filosofia budista ensina exatamente o caminho para a solução desta solidão da alma, a partir de um ensinamento profundo que olha, analisa e explica o ser humano e a vida com sinceridade e de maneira realista.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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