No preâmbulo da Constituição da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) declara-se que, «uma vez que as guerras se iniciam na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser construídas as bases da paz». A declaração da UNESCO admite que a atrocidade da guerra tem raiz na mente humana.
Cada pensamento ou ação mental tem um enorme peso nas nossas vidas, pois é a mente que controla o que falamos e o que fazemos com o corpo. Quando os nossos pensamentos ou ações mentais se juntam a condições propícias, dão origem às nossas ações físicas e orais. Ou seja, falamos e fazemos exatamente o que temos dentro da nossa mente.
Por ser assim, a filosofia budista considera que o mais importante é o que temos no coração e na mente. É onde devemos colocar a ênfase quando vamos refletir e buscar a solução para os conflitos e a construção da paz.
Na Constituição Japonesa, promulgada por Shotoku Taishi (Príncipe Shotoku) (574-622), no ano 604, consta que “Manter a harmonia é um bem precioso”. Há mais de 1400 anos, na primeira Constituição japonesa, foi especificada a importância do esforço em preservar a convivência pacífica entre os indivíduos.
A colaboração e a consideração ao próximo resulta em harmonia. E a harmonia é um dos importantes ingredientes para união, o êxito e a felicidade.
A harmonia não existe naturalmente desde o início, pois as pessoas são e pensam de formas diferentes, embora possam existir semelhanças e pontos em comum. Por isso, sem o esforço contínuo e árduo de cada indivíduo em pensar e colocar-se no lugar das outras pessoas antes de falar e agir, é impossível construir a harmonia.
No entanto, apenas a harmonia não é capaz de gerar a união. É preciso que, além da harmonia, exista a consciência de um propósito comum a todos. Somente quando o propósito da vida humana ficar claro, poderemos viver em plena harmonia, com verdadeira união e felicidade.
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