Um homem tinha a mania de juntar dinheiro. O dinheiro era tudo para ele. Se depositasse as notas no banco, não as poderia ver nem contar, então guardava a fortuna num armário. No final de um dia de trabalho, voltava para casa, enfileirava as notas uma ao lado da outra no andar de cima da casa e ficava a admirar as suas posses. Este era o seu passatempo.
As economias foram-se acumulando. Certo dia, como sempre, estava ele a enfileirar tão amorosamente as notas no chão que nem percebeu que chegara mesmo à beira da escada. Caiu pelos degraus abaixo, partiu o pescoço e morreu. Morto, ainda tinha um maço de notas apertado na mão.
As pessoas ficam felizes quando resolvem um problema difícil, infelizes quando fracassam, alegres quando compram casa própria, chorosas quando as suas posses desaparecem como que por feitiço, entusiasmadas quando alcançam a fama e deprimidas quando as criticam.
Todos perseguem a glória e a fama; todos lutam para ganhar riqueza e posses.
Há alguém que seja indiferente e não tenha esses tipos de desejo?
(Por Kentetsu Takamori, professor de filosofia budista, autor dos livros Porque vivemos e Sementes do coração)
Leia outros contos e conteúdos sobre a filosofia budista nos livros do professor Kentetsu Takamori, como o Sementes do Coração e Porque Vivemos.
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