O pai reuniu os três filhos no leito de morte, pois gostaria de transmitir-lhes seu último desejo. Tratava-se de um general renomado, um herói de inúmeras batalhas. Preocupava-se com o destino dos filhos quando partisse.
Entregou a cada um deles uma flecha.
— Tentem quebrá-las.
Não foi preciso muita força para parti-las. Então, o pai distribuiu três flechas para cada filho.
— Agora, tentem quebrá-las juntas.
Não importava quanta força investissem, elas sequer lascavam.
— Uma frágil flecha, quando agrupada com outras, se fortalece. Irmãos são como flechas: unam forças, e elas se multiplicarão. Dispersem-se, e serão facilmente derrotados. Sempre valorizem a harmonia — aconselhou o pai.
O general em questão é Mori Motonari (1497-1571), que governou a região de Chugoku, no Japão. “O aprendizado das três flechas” é um episódio famoso em sua vida.
Manter a união traz uma força considerável, seja na vida pessoal ou profissional. Porém, trata-se de um grande desafio. Motonari afirmava: “Onde há ganância, há conflitos”.
Ganância é o egoísmo desmedido, um sentimento que destrói a harmonia.
Na Constituição Japonesa, promulgada por Shotoku Taishi (Príncipe Shotoku) (574-622), no ano 604, consta que “Manter a harmonia é um bem precioso”. Há mais de 1400 anos, na primeira Constituição japonesa, foi especificada a importância do esforço em preservar a convivência pacífica entre os indivíduos.
(História de Yutaka Yamazaki, autor, editor-chefe, presidente da Ichimannendo Publishing – Tokyo, Japan e vice-presidente da ITIMAN. No Japão, Yutaka Yamazaki assina seus livros como Koichi Kimura, seu nome artístico.)
A harmonia não existe naturalmente desde o início, pois as pessoas são e pensam de formas diferentes, embora possam existir semelhanças e pontos em comum. Por isso, sem o esforço contínuo e árduo de cada indivíduo em pensar e colocar-se no lugar das outras pessoas antes de falar e agir, é impossível construir a harmonia.
Leia sobre a questão fulcral da vida e do ser humano no livro Porque vivemos.
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