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Neste mundo existem três tipos de milionários, explicou Buda Shakyamuni.

(1) Milionário de bens materiais.

(2) Milionário de saúde.

(3) Milionário da mente (coração).

O «milionário de bens materiais» representa as pessoas que possuem dinheiro e posses. São aqueles que vivem com conforto material, tendo uma casa para morar, comida na mesa todos os dias e roupas adequadas para as quatro estações do ano.

Este é o perfil da pessoa e o significado mais comum e descrito nos dicionários para a palavra «milionário». Muitas pessoas acreditam que tendo dinheiro, grande parte dos problemas da vida serão solucionados e que poderão ser felizes.

Mas Shakyamuni disse que «ter e não ter são a mesma coisa», pois em qualquer dessas duas condições, a nossa incapacidade de escapar ao sofrimento não se altera. Se não temos dinheiro e bens materiais, somos infelizes, e se temos, sofremos por conta deles.

Por outras palavras, mesmo sendo um «milionário de bens materiais», não conseguiremos ser plenamente felizes.

O «milionário de saúde» é aquela pessoa que tem saúde física e mental e que, por isso, tem qualidade de vida e vive não apenas para trabalhar e ter uma estabilidade financeira e material, mas que também quer viver cada dia da melhor maneira possível e esforça-se para isso.

É a pessoa que a partir de cuidados com a alimentação e com uma vida saudável, é capaz de encontrar no seu quotidiano momentos de paz interior, felicidade e prazer, mesmo face às intempéries da vida.

O «milionário de saúde» é alguém equilibrado física e mentalmente, que vive um dia de cada vez, não apenas para o próprio bem-estar, mas também sempre se esforçando para ajudar as pessoas. Ou seja, é um indivíduo do bem, que se esforça para viver em paz, feliz consigo e com as pessoas ao seu redor, de maneira bondosa e prazerosa.

O Budismo ensina que temos de nos esforçar para sermos «milionários de bens materiais» e «milionários de saúde», pois sem dinheiro para comida, alimentação e vestuário e saúde para desfrutar do que a vida tem de melhor, é muito difícil sentir-se satisfeito e feliz.

Mas será que uma vida mais longa é garantia de uma vida feliz? Ou ainda, mesmo que a pessoa tenha sido feliz a maior parte da vida ou se sinta feliz neste momento, até quando essa felicidade irá continuar?

Mesmo sendo inconveniente e incómoda, esta é uma pergunta que, de maneira muito subtil, mas persistente, esteve, está e estará presente dentro dos corações daqueles que pensam seriamente na vida.

Na filosofia budista, os bens materiais, o dinheiro, a saúde física e mental, o bem-estar, a satisfação e serenidade em viver um dia de cada vez, da melhor maneira possível, são importantes ingredientes para o tempero de uma vida feliz. Mas ela também lança uma questão crucial para a felicidade humana: qual é a dosagem adequada de cada ingrediente para que o sabor final da vida garanta uma felicidade plena e duradoura?

Shakyamuni respondeu a essa pergunta com o «milionário da mente (coração)». Este terceiro tipo de milionário é a pessoa que, nesta vida, obteve a felicidade plena e duradoura.

Mesmo com todo o conforto de uma vida saudável, mais longa e rica materialmente que o progresso científico e tecnológico proporcionou à humanidade, a verdadeira felicidade ainda continua sendo uma utopia para aqueles que desconhecem esse tipo de riqueza ensinado pelo Buda Shakyamuni.

O “desenvolvimento pessoal” é necessário, pois permite que as pessoas possam ser «milionários de bens materiais e de saúde», mas a felicidade plena e duradoura que toda a humanidade almeja só deixará de ser uma utopia, para se tornar a mais incontestável realidade, quando chegarmos ao “desenvolvimento humano” ou, sendo mais preciso, ao desenvolvimento pleno como seres humanos.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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