Tudo começou quando Nanda foi ouvir uma palestra do Buda Shakyamuni. O local estava iluminado com os lampiões que as pessoas tinham trazido de toda a cidade como oferenda.
Emocionada, Nanda pensou: «Quem me dera poder oferecer um lampião também…» Apesar de as suas intenções serem puras, o querosene de lampião era caro e ela não o podia comprar. Mesmo assim, não desistiu e foi à loja que vendia querosene para lampiões.
Ao receber a moeda que Nanda lhe entregara, o vendedor perguntou:
— Quer comprar querosene para um único lampião? Mas esta moeda não dá para comprar nada!
— Por favor, dê-me alguma coisa! — implorou Nanda.
— Por que tanto deseja o querosene para um único lampião?
Então, Nanda contou-lhe que assistira a uma palestra do Buda Shakyamuni num local iluminado por vários lampiões e queria poder oferecer-lhe um, também.
— Se for com essa intenção, posso fazer um desconto especial — disse o vendedor, sensibilizado com o sentimento de Nanda.
— Ah, muito obrigada! — disse Nanda. Toda sorridente, recebeu o querosene para o seu lampião.
Na palestra seguinte de Buda Shakyamuni, dentre as centenas de lampiões do local, o lampião de Nanda era o que mais brilhava. Era um pequeno lampião, mas era o melhor que Nanda podia oferecer.
Os lampiões arderam a noite toda, mas de manhã estavam apagados. Só o de Nanda continuava aceso. Maudgalyayana, um discípulo de Buda, tentou extingui-lo, mas não conseguiu e foi consultar o mestre:
— Mestre, o que será que quer dizer isto?
— Mesmo que despeje a água de todos os oceanos, não há como apagar este lampião, porque foi uma doação sincera de uma mulher muito humilde chamada Nanda. Apesar da sua pobreza, ela ofereceu o melhor que tinha.
Um lampião de uma pessoa pobre brilha mais que dez mil lampiões de um milionário. O mérito de doar não depende da quantidade, mas do sentimento sincero e da intenção autêntica que vem do nosso coração.
Este e outros textos baseados na filosofia budista podem ser lidos no livro Causa e Consequência – Filosofia budista para o dia a dia e nos artigos do blog da ITIMAN.
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