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Podemos considerar que a vida é feita de encontros. Ao longo da vida, conhecemos muitas pessoas, algumas delas tornam-se muito importantes, como os nossos professores. 

Dizer que um professor deve ser respeitado pelo papel que cumpre na sociedade é totalmente compreensível, mas a admiração é algo que está em outro patamar. Depende do conteúdo e maneira como o professor ensina e, principalmente, do valor que este conteúdo tem para a nossa vida. 

Durante a nossa vida escolar, temos professores que nos ensinam a língua que falamos e a nos comunicar, realizar as operações matemáticas e que nos transmitem conhecimentos científicos e históricos, entre outros. Tudo isto é importante para vivermos. 

Mas há algo que não é ensinado em nenhuma escola ou qualquer campo de conhecimento produzido pelo ser humano: a razão de nascer como ser humano e estar, neste momento, a viver esta vida. Em outras palavras, o propósito da vida. 

Este conteúdo não é ensinado em nenhum lugar da sociedade porque não há, com raríssimas exceções, pessoas que saibam responder à questão fulcral da vida e do ser humano e, por consequência, que consigam explicar de maneira didática esta resposta. 

No livro “Porque vivemos”, o professor Kentetsu Takamori cita as seguintes palavras de Shinran (1173-1262), grande mestre do budismo, no Japão:

“Encontrar o verdadeiro mestre
é a maior de todas as dificuldades;
o ciclo vicioso do sofrimento
surge apenas da mente que duvida”.

“Ah … como é difícil encontrar alguém que possa ensinar a essência do budismo – de que a fonte do sofrimento humano é a mente escura”. Estas palavras expressam a profunda satisfação e gratidão de Shinran ao encontrar o Mestre Honen (1133-1212) e sua forte emoção ao conhecer a verdadeira causa do sofrimento.

A palavra “mestre”, utilizada aqui, refere-se àquele que transmite os ensinamentos de Buda Sakyamuni. Portanto, “verdadeiro mestre” é quem ensina a verdadeira essência da filosofia budista, ou seja, esclarece sobre a causa básica (raiz) do sofrimento humano e o caminho para a sua solução definitiva nesta vida.

Há pessoas que falam e escrevem sobre budismo, mas ensinam equivocadamente que as paixões mundanas, como o desejo, raiva e inveja, são a fonte do sofrimento e dão diretrizes de como lidar com elas e geri-las. Isto também é um componente importante da vida que precisamos fazer. Mas não soluciona o sofrimento pela raiz, de maneira definitiva. Por isso, teremos que sempre, até o final da vida, gerir estes sentimentos que nunca deixarão de existir em qualquer ser humano. 

O “verdadeiro mestre” ao qual Shinran se refere, o mestre da vida, sabe e, por isso, é capaz de ensinar claramente que a verdadeira causa do sofrimento humano não está em sentimentos como desejo, ira, inveja e ignorância, mas sim, que está unicamente na “mente escura”, mente esta que desconhece e carrega a grande insegurança (sofrimento) em relação ao pós-morte. 

A filosofia budista ensina que carregamos inconscientemente esta mente escura. Sakyamuni, o buda, explicou que primeiro precisamos tomar consciência desta realidade, para então, buscar e conseguir a solução da verdadeira causa do sofrimento. Este é o caminho indicado para a felicidade plena e duradoura, que é o propósito da vida e o mais sincero desejo de qualquer ser humano.A explicação sobre o que é, e como solucionar a mente escura é apresentada no livro “Porque vivemos”, abordado no filme “Porque vivemos” e tema de diversos artigos do site ITIMAN.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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