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Algumas pessoas podem questionar como é possível alguém conhecer os mundos do passado e do futuro. Segundo a filosofia budista, como o presente engloba tanto o passado como o futuro, ver o presente com clareza é conhecer todo o passado e todo o futuro de uma vez. O presente é, de fato, a chave que destranca o passado e o futuro. 

A história a seguir ilustra a relação entre presente e futuro. 

Um homem culto chegou à cidade para fazer uma palestra sobre os males da bebida alcoólica e pregar a sabedoria da abstinência. 

Um cidadão apaixonado por bebidas alcoólicas entrou no salão da palestra, indignado com o fato de que alguém pudesse inibir um dos maiores prazeres da vida. Contudo, quanto mais ele ouvia, mais aprendia, e aos poucos, mesmo contra a sua vontade, se viu conquistado e decidiu parar de beber. 

Quando a palestra terminou, foi até o palestrante, contou-lhe toda a sua história e pediu que ele escrevesse uma mensagem para comemorar sua decisão.

“O que devo escrever?”, perguntou o palestrante.

“Que tal ‘sem beber até o fim da minha vida’?”, sugeriu o cidadão.

“Parece duro demais. Por que não ‘até o fim do dia’?” 

Sem poder acreditar no que ouvia, o homem inclinou-se para ter certeza de que entendera direito. “Só por hoje? Acha que basta?” 

“Claro. Desista de beber só por hoje. Isso basta.” 

O homem levou para casa o papel com as palavras “Sem beber só por hoje” e o pregou na parede. Depois pegou o relógio e ficou esperando ansiosamente a chegada do dia seguinte. 

Quando anoiteceu, pegou um grande jarro de vinho, colocou mais perto de si e permaneceu à espera. Assim que deu meia-noite, ele ergueu o jarro, pronto para tomar um grande gole da bebida, e olhou para a parede. Uma onda de frustração o invadiu. 

“Ah, não!”, exclamou. “‘Sem beber por só hoje’, de novo!” 

De fato, “só por hoje” quer dizer o mesmo que “até o fim da minha vida”. O homem entendeu esta verdade e nunca mais bebeu. 

Quando “este ano” terminar, será “este ano” outra vez. Quando “hoje” terminar, será “hoje” outra vez. O tempo se expande de eras passadas para um futuro sem fim, uma sucessão infinita de momentos no presente: “agora”, “agora”, “agora”… 

Como o momento presente abarca o passado eterno e o futuro eterno, muitos filósofos e pensadores falaram dele como o “eterno agora”. 

Assim como na história contada acima, o foco no momento presente e o pensamento “só por hoje” podem até solucionar sérios problemas cotidianos como o alcoolismo, mas isto será somente durante esta vida, até chegar o momento da nossa morte. A questão maior é a que vem logo em seguida: e depois que eu morrer, o que acontecerá? Para onde irei? Ainda restará a grande questão da vida: a morte.

Há mais de 2600 anos, Sakyamuni, o buda, explicou a filosofia que esclarece exatamente este ponto cego da humanidade e deu uma resposta para a questão fulcral da vida: Por que nascemos e vivemos?

Esta resposta passa pelo conhecimento do nosso verdadeiro eu, que é mostrado como ele é, sem maquilhagens.   

Leia e saiba mais sobre estes assuntos nos artigos do site da ITIMAN e no livro “Porque vivemos”.

Para quem ainda não conhece a edição portuguesa (compacta) do best-seller japonês “Porque vivemos”, vale a pena ler. Aos que já leram, sugerimos a leitura da edição brasileira (completa) do livro.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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