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A satisfação de conquistar a maior parte dos objetivos que temos na vida infelizmente dura pouco, logo perde a intensidade e se transforma em lembrança. No entanto, a felicidade de realizar o propósito da vida é absolutamente diferente e nunca deixa de existir.

A alegria de ter realizado um sonho dura apenas por um determinado tempo e rapidamente nos vemos de volta ao ponto de partida e pensamos: “Desta vez, as coisas serão diferentes” e nos esforçamos novamente para conseguir uma felicidade maior do já conquistamos até o momento.

Nenhuma conquista que com o passar do tempo é reduzida a mera lembrança e que precisa ser substituída por outra felicidade pode ser considerada como o verdadeiro propósito de vida. 

Entretanto, são muitas as pessoas que perdem as esperanças e se conformam, convencidas de que nesta vida a felicidade duradoura é impossível de obter. Mas terá realmente sentido viver se existirem apenas felicidades momentâneas, que proporcionam somente uma sensação passageira de satisfação? 

Quando temos um sofrimento na vida e procuramos uma solução para eliminá-lo, sentir um alívio e depois uma felicidade, adotamos uma atitude semelhante de quando estamos com sede e tomamos uma bebida refrescante. De imediato, experimentamos uma explosão de prazer. Mas esta sensação é efêmera. Ao tomar um gole, depois outro, e outro, a sede é aliviada gradualmente e o prazer declina na mesma proporção.

O que vivenciamos, na verdade, é a satisfação do processo de diminuir a sede. Na ausência total de sede, tomar uma bebida se transformará numa experiência dolorosa. Por isso, podemos dizer que o fim da insatisfação também é o começo da dor. Este fenómeno, conhecido como “lei da utilidade marginal decrescente” (explicado no livro “Porque vivemos”), pode ser observado em todo tipo de situação. 

A excitação de um encontro, assim como a de um novo trabalho se esgota inevitavelmente com a repetição. A sensação agradável obtida com a satisfação de um desejo pode gerar uma intensa euforia, mas está condenada a desaparecer. 

Por isso, viver somente para conquistar e manter felicidades efêmeras, embora sejam importantes para uma vida cotidiana agradável e feliz, não proporciona a verdadeira felicidade de que valeu a pena ter nascido como ser humano e a sincera gratidão por estar vivo neste momento.

Quando se conquista o propósito da vida, todo o sofrimento é recompensado e cada lágrima derramada volta para nós como uma pérola. Esta, sim, é a genuína felicidade plena que todos nós queremos, o propósito da vida humana.

Leia mais sobre a questão fulcral da vida e do ser humano no artigo “Afinal, porque vivemos?”.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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