Muitos ficam deprimidos ao receber uma crítica; julgam que tudo o que fazem está errado.
Há outros que se envaidecem com um elogio; julgam que tudo o que fazem é excelente.
(Kentetsu Takamori, autor do livro “Porque Vivemos”)
A maneira como as pessoas nos veem nos preocupa e inquieta. Os pais não querem que seus filhos pareçam ridículos aos olhos dos outros. E, assim, as pessoas dão grande importância à opinião alheia.
Mas será que as outras pessoas fazem uma avaliação justa e correta sobre nós? Será que são capazes de nos avaliar imparcialmente?
O monge zen Ikkyū escreveu estes versos criticando a maneira como oscila o juízo de valores das pessoas:
“A língua humana hoje elogia, amanhã aponta defeito…
rir ou chorar, tudo é uma trama de mentiras”.
Dizemos que alguém é “bom” quando nos convém e, quando esta mesma pessoa se torna inconveniente, a rotulamos como “má”. Será que não julgamos os outros segundo nossas conveniências?
Nosso julgamento muda de acordo com as flutuações do nosso coração e sentimento. Por isso, acontece frequentemente de o aliado de ontem transformar-se no inimigo de hoje.
Há um ditado japonês que diz: “Um porco elogiado continua um porco; um leão ultrajado continua um leão.”
Não seria esta sabedoria milenar uma referência irônica à irresponsabilidade da natureza oportunista dos juízos de valor dos seres humanos, que oscilam de acordo com as próprias conveniências e desejos?
O valor do ser humano não muda de um momento para outro porque foi elogiado ou criticado. O valor de uma pessoa está em seu caráter. E o caráter não se constrói de um dia para outro, somente a partir do julgamento das pessoas, mas é formado e desenvolvido a cada dia, a cada ação que praticamos.