Por que cada vida humana tem valor incalculável? Por que não podemos tirar a própria vida, por maior que seja o sofrimento? Estas perguntas só serão respondidas por completo quando for possível distinguir o objetivo de viver e os meios de viver.
Sakyamuni, o buda, explicou que por não saberem o propósito da vida, as pessoas não conhecem a alegria de viver e não sentem a felicidade de ter nascido humano. Ao obter a felicidade plena, surgirá o autêntico conhecimento e a genuína consciência daquilo que nesta vida é verdadeiro e o que é provisório (temporário e passageiro).
Tudo que se refere ao objetivo da vida é verdadeiro (duradouro), enquanto que todo o restante das nossas ocupações diárias relacionadas aos meios de vida, como as relações humanas, trabalho, hobbies, metas pessoais e outras atividades que proporcionam a sobrevivência e prazer na vida, embora muito importantes, são provisórias (temporárias).
Podemos comparar isso com a experiência de sonhar. A relação verdadeiro/provisório pode ser comprara ao dualismo realidade/sonho.
Uma pessoa pode sonhar que está num incêndio, fugindo para se salvar. Encurralada no telhado, ela enfrenta o fim iminente. Quando percebe que não há como escapar, ela acorda, banhada em suor, e descobre que era tudo um sonho. Enquanto sonhamos, não temos noção do que é sonho, nem do que é realidade.
Somente no momento em que acordamos é que tomamos consciência do sonho e da realidade, simultaneamente. Só podemos saber que um sonho é um sonho quando ele termina e acordamos. Da mesma forma, saberemos realmente o que nesta vida é provisório quando encontrarmos e sentirmos a verdadeira felicidade, que é duradoura.
Toda a filosofia budista transmitida pelo buda Sakyamuni há mais de 2600 anos tem como único objetivo explicar e esclarecer o propósito da vida humana, sem a necessidade de ter crenças ou seguir dogmas. Segundo o budismo, o caminho para despertar do sonho da vida e distinguir claramente a verdade (objetivo da vida) do provisório (os meios de vida) é, primeiro, ouvir e compreender a filosofia, para então, praticar o ensinamento no cotidiano (seja por exemplo, em casa ou no trabalho) e vivenciar cada assunto compreendido.
Quando o propósito da vida estiver totalmente claro, todo sofrimento será recompensado: cada lágrima derramada volta para nós como uma pérola, como uma felicidade verdadeira.
Saiba mais no livro “Porque vivemos”, de Kentetsu Takamori, e nos materiais disponíveis no site ITIMAN, como no vídeo abaixo.
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