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Cada pessoa vive em um mundo particular e ímpar, criado pelas ações que praticamos. Isto ocorre porque cada ação praticada gera uma energia invisível, chamada “carma”, que fica em nós depositada e, posteriormente, quando conectada à condição propícia, produz as consequências em nossa vida e cria constantemente o mundo no qual vivemos.

Embora cada pessoa viva em ser mundo particular, segundo a filosofia budista, a humanidade pode ser dividida em três mundos.

  1. MUNDO DO DESEJO (Yoku-kai 欲界)
    Pessoas que procuram a felicidade a partir da satisfação dos inúmeros desejos humanos, ter saúde e uma casa para morar, encontrar a pessoa amada e ter filhos, ter reconhecimento e ser aceito em um grupo social, ter uma boa família e amigos, viajar, ter um bom emprego, poder trabalhar naquilo que gosta, etc.
  2. MUNDO DAS ARTES (Shiki-kai 色界)
    Pessoas que não se contentam apenas em satisfazer os desejos e as necessidades humanas, pois sabem que por mais que que se conquiste tudo desta vida, serão todas felicidades efêmeras, apenas desta vida.
    Além de desejarem essas felicidades, também almejam uma felicidade genuína e a satisfação plena, a partir do desporto e das artes, como música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, fotografia, dramaturgia, artes plásticas, jogos eletrónicos e arte digital, entre outros campos da cultura e entretenimento.
  3. MUNDO DA FILOSOFIA (Mushiki-kai 無色界)
    Pessoas que acreditam que a verdadeira felicidade não é possível somente pela satisfação dos desejos e pelas alegrias e prazeres momentâneos proporcionados pelas artes. Sentem que é necessário um ensinamento ou filosofia de vida para que a nossa existência seja completa e o ser humano verdadeiramente e plenamente feliz.

Em qual desses três mundos você vive?

Há mais de 2600 anos, Shakyamuni, o buda, ensinou que embora o mundo do desejo e das artes proporcionem ao ser humano bem-estar, alegrias e alívio do sofrimento e das angústias, necessários para a nossa sobrevivência e para uma vida cotidiana de qualidade, tudo isso será temporário e momentâneo.

Shakyamuni esclareceu que é no mundo da filosofia que poderemos encontrar a felicidade plena e duradoura que todos nós procuramos.   

No filme de animação “Porque vivemos” (produzido no Japão, em 2016), há um trecho em que é apresentada a explicação deste tema. O filme é baseado em fatos reais do Japão do século XV e foi inspirado no livro “Porque vivemos”, best-seller que vendeu mais de 1 milhão de exemplares.

A animação aborda reflexões sobre a vida e o ser humano a partir da filosofia budista e mostra a história de transformação do revoltado camponês Ryoken, que perde a esposa em um trágico acidente e entra em contato com os ensinamentos budistas.

Ao levantar questões existenciais como a do título, o filme nos faz refletir sobre vida e morte, felicidade e sofrimento, gratidão, compaixão e sabedoria, entre outras ideias fundamentais do Budismo.

No filme, mestre Rennyo (1415 – 1499), considerado o responsável pela popularização do Budismo no Japão, explica a partir de uma metáfora criada pelo mestre Shinran (1173 – 1263), a maneira pela qual a filosofia budista responde à questão fulcral da vida “Por que vivemos?” e indica um caminho para a verdadeira felicidade. Abaixo, partilhamos esta parte do filme.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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