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Muitas pessoas acreditam que, para eliminar o sofrimento e ser plenamente feliz, é necessário reprimir sentimentos como desejo, ira, inveja e ciúme. Há pessoas que falam e escrevem sobre budismo, mas que infelizmente ensinam equivocadamente que os sentimentos inerentes a todo e qualquer ser humano, como desejo, raiva e ódio são a causa do sofrimento e dão orientações de como lidar com elas e gerí-las.

Alguns chegam ao ponto de até pensar que, a menos que o desejo e a raiva nos seja arrancado pela raiz, nunca se poderá obter a felicidade, como se fosse possível ao ser humano não sentir qualquer tipo de desejo ou emoção mais forte e negativa.

Por outro lado, se passarmos a vida inteira a tentar satisfazer os nossos desejos ilimitados para sermos felizes, viveremos sempre descontentes e estaremos condenados a sofrer até ao fim. Este é um dilema que, inegavelmente, todos os seres humanos carregam dentro de si. Por esta razão, sempre existiu e continuará a existir a necessidade de gerir e controlar os nossos sentimentos, como desejo, ira e momentos de ignorância e instabilidade, existentes em qualquer pessoa.

A filosofia budista, transmitida pelo Buda Shakyamuni, explica que a felicidade plena que buscamos nesta vida não está relacionada com sentimentos como desejo, raiva e inveja, chamados «paixões mundanas» ou «paixões cegas» no budismo. Isto porque jamais poderemos deixar de ter e sentir estas paixões, por uma razão básica e óbvia: o ser humano é feito de paixões mundanas. 

O maior sofrimento do ser humano é a realidade inescapável de, um dia, ter de morrer. Por não existir questão maior do que esta, no budismo se diz “questão crucial da vida após a morte”.

Ao confrontar a morte, o nosso coração é tomado por completa escuridão. Esta é a “mente” que não sabe absolutamente nada, se existe ou não vida após a morte, ou ainda, como é. O objetivo do budismo é justamente solucionar de forma definitiva e eliminar esta “mente escura”, a causa básica do sofrimento, e proporcionar a todas as pessoas a verdadeira e plena felicidade, nesta vida.

Então, podemos afirmar que o budismo ensina a necessidade de encarar a transitoriedade da vida e a morte para nos indicar o caminho para a transformação da nossa “mente escura” em uma “mente plena de luz e alegria”, enquanto somos saudáveis e podemos aproveitar ao máximo cada momento da vida.

Shinran (1173–1263), grande mestre budista japonês, escreveu que encontrar um verdadeiro professor de budismo, que ensine que a causa básica e fundamental do sofrimento humano é a “mente escura”, é de facto tão difícil quanto encontrar estrelas numa noite chuvosa. Embora seja muito raro, não é algo impossível, mesmo nos dias atuais.

Quem conhece e sabe da existência da felicidade plena e verdadeira nesta vida é feliz.

Quem efetivamente busca e avança em direção à felicidade plena e verdadeira nesta vida é mais feliz. 

Quem alcançou, nesta vida, a felicidade plena e verdadeira é a pessoa mais feliz deste mundo. 

Saiba mais sobre os vários temas relevantes da filosofia budista, que explicam a vida, o ser humano, as relações de causa, condição e consequência, e o caminho para solução definitiva do sofrimento nesta vida, nos livros abaixo:

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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