Hoje, infelizmente são cada vez mais raras as pessoas determinadas em saber o propósito maior da vida e realizá-la. A sociedade moderna e seu estilo de vida consumista destruiu mais do que o meio ambiente natural, à medida que mais e mais pessoas procuram a felicidade apenas nos prazeres e bem-estar do momento.
Uma manifestação desta realidade é o uso frequente de palavras como «compulsivo» e «dependente» em referência a pessoas com paixões e fixações indomáveis, que não conseguem sossegar a menos que estejam excessivamente envolvidas em alguma atividade específica.
Um jogador compulsivo sente um desejo incontrolável de apostar; um comprador compulsivo é capaz de comprar um centro comercial inteiro! Outros são viciados em drogas ou sexo. Estimulantes químicos atraem até crianças do ensino básico, e drogas alucinogénias levam os dependentes a cometerem crimes cada vez mais hediondos.
Outros não suportam ficar sozinhos e caem numa depressão profunda, ou lançam-se em relacionamentos com parceiros variados e desconhecidos; para estes, o ato sexual não passa de um meio de satisfazer um vago descontentamento. Tais síndromes são sinais de uma dor tão grande que os que dela sofrem dependem da satisfação desses desejos para continuarem a viver. Não fornecem o sentido final, mas apenas um escape temporário.
Pode protestar-se: «E então? As pessoas são livres e podem fazer o que lhes der mais prazer e alegria em cada momento. A felicidade do momento presente é razão suficiente para existir e viver. Para quê ficar a interrogar-se sobre o propósito da vida? Isso é muito complicado e inútil. É melhor não pensar, divertirmo-nos e viver um dia de cada vez, cada momento no seu tempo, sem forçar e apenas deixar fluir.»
Mas será que é realmente possível viver assim?
No livro Porque vivemos, o professor Kentetsu Takamori responde e explica da seguinte maneira.
“Vamos refletir sobre a verdadeira natureza do prazer. Primeiro, vamos considerar o prazer de satisfazer um desejo. Os desejos humanos assumem uma variedade infinita de formas: o desejo de comer bem, de se vestir de acordo com o que está na moda, o desejo de um carro ou de um amor. Quando um desejo é satisfeito, a insatisfação e a dor desaparecem, e achamos gratificante a sensação agradável que se tem no processo.
Por exemplo, quando está com sede e toma um refrigerante, experimenta de imediato «a pausa que refresca». Essa explosão inicial de prazer é efémera, porém, ao beber um gole e depois outro, a sede é gradualmente aliviada, e o prazer declina na mesma pro- porção. O que está a experimentar de facto é o processo de diminuir a sede. Na ausência total de sede, beber um refrigerante transformar-se-ia numa experiência dolorosa.
Exatamente como coçar um determinado ponto do corpo: se exagerarmos, paramos de sentir prazer e começamos a sentir dor. O fim da insatisfação é o começo da dor.
Este fenómeno, conhecido como «lei da utilidade marginal decrescente», pode ser observado em todo o tipo de situação. A excitação de um encontro, bem como a de um novo hobby, esgota-se inevitavelmente com a repetição.
Qualquer felicidade proveniente da satisfação dos desejos humanos será sempre temporária. No entanto, nenhuma pessoa nasceu e está vivendo neste momento apenas para sentir felicidades momentâneas. Isso é muito pouco e pequeno para justificar o valor inestimável da vida humana.
Quando se realiza o propósito da vida e se alcança a plena satisfação, deixa de existir a necessidade de esconder a dor ou a solidão. Cada instante irradia mais brilho que todas as estrelas no céu.
Leia a continuação desta explicação no livro Porque vivemos.
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