Todo o ser humano erra. Isso é um facto. Mas é verdade, também, que ninguém gosta de errar. Quando erramos, não queremos admitir que a responsabilidade é nossa e sofremos por isso. Tentamos encontrar a causa noutras pessoas ou na situação do momento.
Embora a nossa razão tente convencer-nos de que boas ações geram boas consequências, más ações provocam más consequências e que tudo é resultante das nossas próprias ações, no íntimo não conseguimos aceitar totalmente este Princípio da Causalidade.
Numa entrevista, o antigo técnico da seleção brasileira de voleibol masculino Bernardo Rocha de Rezende, conhecido como Bernardinho, disse:
«Errar é fundamental. Quando você erra, você se questiona. O questionamento gera mudança. Mudança gera crescimento, e crescimento traz satisfação. Mas é preciso assumir a responsabilidade. No Brasil, culturalmente, as pessoas assumem pouco. “Foi o governo que não fez”, “o adversário era melhor”. A responsabilidade é sempre do outro. Se você não assume, nunca vai entender por que errou nem se corrigir.»
Para cada consequência, com certeza que existe uma causa. E essa causa não está nas outras pessoas ou na sociedade, mas em cada um de nós.
Errar é fundamental. Mas é preciso aprender a errar com responsabilidade.
A partir do momento em que o Princípio da Causalidade entrar na vida de cada um de nós, a sociedade já não será a mesma. Pois as pessoas entenderão que o mundo é o re- flexo fiel das nossas próprias ações.
Quem apenas culpa os outros por todo o mal que lhe acontece nunca encontrará a verdadeira felicidade. O essencial é olhar honestamente para si mesmo, refletir com sinceridade e corrigir as próprias atitudes. Fazendo isso, as pessoas também mudarão. E a vida quotidiana, com certeza, será mais feliz.
Uma história do Japão do século XVII, relatada no vídeo abaixo e no livro Causa e Consequência – Filosofia budista para o dia a dia, de Mauro M. Nakamura, muito nos ensina sobre como podemos refletir, mudar, compreender melhor as pessoas, ser feliz e proporcionar a felicidade aos outros.
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