Enquanto sonhamos, não temos noção do que é sonho nem do que é realidade. No momento em que acordamos é que tomamos consciência do sonho e da realidade simultaneamente.
Uma pessoa pode sonhar que está num incêndio, fugindo para se salvar. Encurralada no telhado, ela enfrenta o fim iminente. Quando percebe que não há como escapar, ela acorda, banhada em suor, e descobre que era tudo um sonho.
Assim como podemos saber que um sonho é um sonho só quando ele termina, podemos perceber algo “efémero ou temporário” como tal, apenas quando encontramos o “verdadeiro”. O total conhecimento do “verdadeiro, pleno e duradouro” e do “ilusório, provisório e inconstante” acontece ao mesmo tempo.
Shinran (1173–1263), grande mestre budista do Japão, sintetizou e explicou este conteúdo da seguinte maneira:
“Não saber o que é verdadeiro e o que é provisório impede que as pessoas obtenham o benefício da grande compaixão.”
Isto significa que aqueles que não conseguem distinguir claramente o que é verdadeiro (o propósito da vida, a razão de terem nascido e estarem vivos, que é obter a felicidade plena e duradoura) e o que é provisório (os meios e motivações de vida, como as felicidades e objetivos temporários que temos ao longo da vida) desconhecem o benefício da grande compaixão (a verdadeira e duradoura alegria de viver e ter nascido como ser humano).
Por outras palavras, por não saberem o propósito da vida, as pessoas não conhecem a alegria de viver e não sentem a felicidade de ter nascido humano. Ao obter a felicidade plena, surgirá o autêntico conhecimento e a genuína consciência daquilo que nesta vida é verdadeiro e o que é provisório (temporário e passageiro).
Da mesma forma, saberemos realmente o que nesta vida é provisório quando encontrarmos e sentirmos a verdadeira felicidade, que é duradoura e plena.
O caminho para chegarmos até à resposta definitiva do propósito da vida e a conquista da felicidade verdadeira nesta vida é ouvir a filosofia budista para entender, esclarecer as dúvidas sobre quem somos e porque vivemos, e viver cada dia em sintonia com esta filosofia.
Esta jornada inicia-se com o Princípio da Causalidade, base de toda a filosofia budista e alicerce de uma vida verdadeiramente feliz, desde a sua compreensão correta e profunda, até à sua prática sincera na vida quotidiana.
Leia mais sobre este assunto nos livros Porque vivemos (de Kentetsu Takamori) e Causa e Consequência (de Mauro M. Nakamura), ambos publicados pela Farol (Penguin Livros, Penguin Bem-estar).