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Todo esforço aplicado a um objetivo errado será inútil. Primeiro, é preciso pesquisar e planear cuidadosamente para então estabelecer o rumo correto e aplicar todo o esforço nessa direção.

Kentetsu Takamori, no livro “Sementes do coração”


Por vezes, julgamos que estamos a nos esforçar na direção correta na vida mas, depois, percebemos que estávamos somente nos adaptando às situações que surgem, de maneira reativa, sem nos questionarmos e refletirmos sobre as reais consequências que isso poderá nos trazer.

É como viver por viver, seguir o caminho que nos traz mais benefícios imediatos, mas que a longo prazo, poderá até ser maléfico, podendo causar infelicidade para os outros e para nós mesmos.

Ao escolhermos um novo rumo em nossas vidas, é preciso avaliar as consequências futuras e fazer ajustes ao longo de nossa trajetória, sempre visando um futuro verdadeiramente feliz e sem arrependimentos.

No livro “Porque vivemos”, o professor Kentetsu Takamori escreve sobre a necessidade de uma razão para viver da seguinte maneira.

A vida progride incessantemente, de ontem para hoje e de hoje para amanhã. «O tempo voa», costuma dizer-se. E talvez seja verdade que seguimos a uma velocidade vertiginosa. Quando crianças, progredimos de ano em ano, pelo ensino básico e pelo ensino secundário, até que chega o momento de nos prepararmos para o exame de acesso ao ensino superior; quando o momento é de festa, festejamos; e, quando é altura de trabalhar, concentramos os nossos esforços nisso. A partir do momento em que somos lançados às águas turbulentas da vida, vemo-nos forçados a continuar a nadar.

Como viver é, em certo sentido, igual a nadar, a pessoa que declara «Vivo por viver» é igual àquela que declara «Nado por nadar». Mas o que acontece com uma planta flutuante? É lançada sem rumo, para um lado e para o outro, nas ondas, até apodrecer. O infortúnio do nadador sem rumo ou sem propósito é o mesmo.

Viver desta maneira pode ser comparado a um avião que «voa por voar». Num trajeto aéreo, as decisões sobre velocidade e altitude, alterações de rota devidas ao vento ou à pressão do ar, atenção aos problemas mecânicos, tudo isto significa escolhas que afetam o «modo» de voar. Antes de tomar qualquer decisão, o importante é saber precisamente a direção, ou seja, «para onde» voar. Nenhum piloto descolaria sem antes determinar o seu destino, pois sabe que voar por voar acarretaria uma grande tragédia — a queda e a morte. Da mesma forma, se quanto mais se vive maior é a dor, sem um propósito que forneça satisfação e alegria duradouras, a vida não se reduziria apenas a sofrimento?

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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