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“Um livro que faz de nós pessoas melhores, ou pessoas que querem ser melhores, que contribuirão para um mundo também melhor”, afirma Cláudia Dias Silva

Com o objetivo de cumprir o compromisso de oferecer conteúdos relevantes para a vida das pessoas, a Itiman quer muito saber a opinião dos leitores.

Cláudia Dias Silva, mestre em Psicologia Social e das Organizações, que atualmente trabalha em Lisboa como assistente administrativa, foi uma das muitas pessoas que nos enviaram um depoimento sobre o livro “Porque Vivemos”, do Prof. Kentetsu Takamori (Nascente – 2020 Editora, 2019).

Agradecemos à Cláudia pela gentileza e desejamos muita paz e felicidade em sua jornada pela vida.

Já tinha pensado sobre a questão “porque vivemos”?

Sim, sempre me lembro de pensar nisso desde que era bem jovem. Sempre me lembro de me questionar e interrogar sobre o propósito de vivermos, para que estamos aqui, como tudo surgiu? Ainda que isso não significasse que não visse um sentido na vida – pois, na verdade, eu vivo uma vida com sentido e considero-me uma pessoa feliz, com vontade de viver, considerando a vida uma verdadeira benção e gostando de a viver ao máximo e com proveito – essa pergunta sempre ecoou na minha cabeça: afinal, para quê tudo isto? Uma pergunta, algumas vezes com mais angústia, outras vezes, sem tanta angústia, mas sim com mais esperança. Mas é uma pergunta para a qual efectivamente nunca encontrei resposta. Em algumas fases da vida atormentou-me mais, outras menos. Agora atormenta-me menos, mas ainda dou por mim a pensar, muitas vezes… “mas para quê, tudo isto?”. E prossigo com a vida! Porque gosto de vivê-la! Mesmo com essa pergunta, que faz parte.

Infelizmente, acho que cada vez menos hoje em dia as pessoas se perguntam isto a si mesmas. Porquê? Porque vivemos? É para ganhar dinheiro e conquistar coisas materiais? O que é que significa esse dinheiro e essas coisas materiais? É para vivermos como se não houvesse amanhã, tipo carpe diem, e fazer tudo hoje? É viver intensamente, no limite, na loucura, no risco? Talvez subestime o que as pessoas da minha geração/que me rodeiam pensam sobre isto, ou se pensam sequer sobre isto, mas infelizmente tenho a ideia (talvez errada, espero que errada), que grande parte das pessoas é um pouco “oca” neste sentido, vive apenas para aquilo que é supérfluo, importante naquele momento, nunca parando um segundo para pensar, na “big picture”, no que significa tudo isto, todas as nossas vivências, e o porquê de cá andarmos.

De que maneira o livro contribuiu para a sua vida?

Sendo que nunca fui nem pretendo ser religiosa, gosto de adquirir conhecimento e considero que tenho uma mente aberta para pelo menos escutar e conhecer as diversas propostas que cada pessoa/corrente tem sobre, afinal, o que é que significa isto de vivermos, de termos esta passagem terrena tão efémera e passageira, tão cheia e vazia ao mesmo tempo. Por isso, o livro “Porque Vivemos”, aguçou ainda mais a questão, deixou-me ainda mais curiosa para saber a “resposta” que o Budismo dá a esta questão eternamente humana. Aguçou ainda mais a minha curiosidade e sede de conhecimento e aprendizagem.

Qual parte do livro que te fez mais sentido ou te entusiasmou?

A parte que fala sobre o sofrimento, sobre como o sofrimento sempre estará presente na nossa vida e sobre como uma das “chaves” para encontrar o sentido da vida é acabando com o mesmo. Só ainda não percebi como o fazer, daí, a minha curiosidade sobre aprofundar mais o tema. Neste momento, e até hoje, sempre tive uma abordagem de aceitação. Aceitar que o sofrimento e a tristeza existem, que as emoções negativas no geral existem, saber lidar com elas, digeri-las, e integrá-las de forma funcional nas nossas vidas. É a forma que tem funcionado comigo e eu considero-me uma pessoa feliz, pois também encaro o estado de “felicidade” como algo permanente e interno, um lugar íntimo quase intocável que é imune às alterações de circunstâncias externas. Ou seja, mesmo que haja acontecimentos e/ou situações que são fontes de tristeza, stress, angústia… Se soubermos manter esse “lugar íntimo”, o tal sofrimento torna-se relativo. Mas este livro levantou a ponta do véu sobre como é possível eliminar o tal sofrimento, como um todo, e fiquei curiosa com isso e em saber mais sobre isso. Por isso, a ideia entusiasmou-me.

Você recomendaria a leitura do livro? Por que?

Sim, completamente. Porque acho que todos nós – independentemente do sexo, faixa etária, classe social ou até mesmo interesses pessoais – devemo-nos questionar sobre o que andamos cá a fazer. A busca permanente por um sentido maior para a vida, e a vontade de querer saber mais, torna-nos seres humanos mais completos. E seres humanos mais completos são melhores pessoas, para os outros e para o mundo. Além disso, o facto de ter interesse em ler este livro, e ter interesse em aprofundar estas questões mais filosóficas/existenciais, é prova de que é uma pessoa que se esforça e quer ser melhor, através do exercício da auto-reflexão. Por isso, em última análise, considero que ler este livro faz de nós pessoas melhores, ou pessoas que querem ser melhores, e isso significa, que contribuirão para um mundo, também ele, melhor.

Que mensagem gostaria de deixar aos leitores e pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de ler o livro?

Penso que já disse tudo o que tinha a dizer, mas essencialmente, é essa a mensagem que quero deixar: somos seres em constante construção e só temos a ganhar em nos questionar sobre certas coisas, não viver a vida levianamente, pois ela é demasiado preciosa. Não ficar angustiado porque não encontramos “o” propósito ou “o” sentido da vida hoje nem amanhã, mas sim tentar sempre ir um pouco mais além! Viver uma vida que nos faz sentido, a nós (apenas a nós, não segundo o que os outros acham ou pensam!), segundo as nossas verdades, no dia a dia, mas ter este “trabalho de vida” que é ir-nos construindo enquanto seres humanos, ao longo da mesma. E isso passa por tirar a melhor aprendizagem de todas as situações, circunstâncias, pessoas que passam pela nossa vida… E também pelo conhecimento, reflexão, leitura sobre temas que nos elevam o espírito.

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Formada por pessoas simples mas com um coração enorme, que desejam partilhar os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos, cada um dentro da sua área de especialidade e do caminho percorrido até os dias atuais, mas todos com um único objetivo: eliminar o sofrimento humano e proporcionar a felicidade plena nesta vida, propósito da vida de todas as pessoas.

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