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Se o nosso nascimento puder ser comparado a uma aeronave que descola de um porta-aviões, uma vida de lutas contra as dificuldades seria uma batalha travada contra os aviões inimigos, em meio à turbulência e à tempestade.

Depois de um combate feroz, o piloto retorna e descobre que seu porta-aviões desapareceu sem deixar vestígio. Não encontra nada diante dos olhos, além do vasto oceano. Seu combustível chegou a zero. Ele pensa na dura batalha que acabou de enfrentar, e pergunta a si próprio: “De que serviu tudo isso? Fui um tolo, um grande tolo…”.

Assim como para um avião não há um destino pior do que a queda, também na vida, não existe questão maior do que a morte. Pois a nossa vida atual e todas as alegrias que temos hoje, terminarão com a morte.

Algumas pessoas podem pensar ou dizer: “Pensar na morte agora não vai mudar nada. Só vou pensar nisso quando chegar a hora. Se ficar pensando em morrer, não vou conseguir viver minha vida!”.

Mas será que não existe outra maneira de lidar com a morte, além da rendição incondicional, da resistência até o fim, da total resignação?

Na filosofia budista, pensar na morte não significa estar todo momento imaginando que podemos morrer ou coisa parecida, mas é ter e viver com a consciência de que não viveremos para sempre e que, por isso, precisamos valorizar ao máximo as pessoas e o que vivemos no presente.

Enquanto se tem saúde, é possível pensar na morte como “repouso” ou “descanso eterno”, e afirmar que ela não é ameaçadora; mas, diante da morte iminente, para qualquer ser humano, tudo o que importa é saber o que existe atrás de sua cortina.

Não se sabe absolutamente se existe ou não o mundo após a morte. Esse estado de ignorância e ansiedade é chamado de “escuridão da mente” ou “mente escura”. Essa escuridão se refere à ignorância ou à incerteza sobre o que acontecerá depois que morrermos.

Por esta razão, o budismo ensina sobre a “questão crucial de nascimento e morte” ou a “grande questão do pós-morte”, e o caminho para a sua solução, enquanto estamos saudáveis e temos vida.

Uma vez que a “mente escura”, que carrega a insegurança sobre o nosso futuro que com certeza virá (a morte e o pós-morte) for eliminada, obteremos a uma felicidade plena nesta vida, que mesmo perante a morte não desaparece. É o que Shakyamuni, o buda, transmitiu ao longo de toda a sua vida, há mais de 2600 anos.

Tudo isso é explicado no livro “Porque vivemos”, que pode ser folheado abaixo.

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Professor de filosofia budista, cultura japonesa e pensamento nipónico, autor, diretor de conteúdo e presidente da ITIMAN. Diretor internacional da Ichimannendo Publishing Co. Ltd. - Tóquio, Japão.

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